29/10/09


"Importa tão pouco o que dizemos ou não dizemos...
Velamos as horas que passam... O nosso mister é inútil como a vida..."

Fernando Pessoa, 'O Marinheiro'

25/09/09

O Marinheiro


Estreia 3 a 11 de Outubro 2009 | Teatro Helena Sá Costa, 21.30h
'The Sailor' by Fernando Pessoa | 3-11 October, Porto Portugal

08/09/09

O Marinheiro de Fernando Pessoa


Dando continuidade a um trabalho de pesquisa centrado na procura de novas formas e sentidos para o Teatro na vida urbana contemporânea e a um projecto que tem privilegiado a investigação meta-teatral, os espaços não teatrais e as formas monologadas, o Teatro Plástico apresenta “O Marinheiro” de Fernando Pessoa.

Escrita/datada de 11 e 12 de Outubro de 1913 e nunca representada em vida do autor, O Marinheiro foi a primeira obra que Fernando Pessoa publicou na Orpheu, a mítica revista do movimento modernista português. Antecipando o “drama em gente” dos heterónimos, foi com O Marinheiro e na persona de dramaturgo que o maior poeta do século XX escolheu apresentar-se perante a vanguarda do seu tempo.

Ao condensar todas as obsessões Pessoanas O Marinheiro representa uma das mais fascinantes e menos exploradas máscaras da torrencial produção do autor e apesar de ser um dos mais importantes e belos textos da história do teatro e literatura portuguesas, raramente é representado. Esta obra que na teatralidade da obra heterónima ocupa um lugar único foi, de entre mais de vinte projectos teatrais, o único texto dramático que Fernando Pessoa completou e editou em vida e acompanhou-o ao longo da sua singular e breve existência, adaptando-o até perto da morte.

Este drama estático - teatro do êxtase, corresponde na babel Pessoana à primeira fase da sua obra e à ligação aos simbolistas e ao movimento saudosista português. Inspirado manifestamente em Maeterlinck cumpre as principais coordenadas estéticas do mentor do movimento mas propõe-se, nas palavras de Pessoa, “fazer muito melhor”.

Numa dimensão para além do espaço e tempo três mulheres velam um corpo e contam-se histórias, uma história: a de um marinheiro que, náufrago numa ilha deserta, constrói para si uma realidade ficcional mais poderosa e real do que a realidade. Presas nas teias da ficção, suspensas entre passado e futuro nessa vida maior do que a vida que é a Arte, estes espectros cujas vozes se sucedem e encadeiam como numa missa coral vão tecendo um longo mantra onírico e hipnótico e construindo um rigoroso poema visual.

Na sua recusa de todas as regras básicas teatrais (acção, conflito, personagens) O marinheiro é uma obra limite e provocatória e, como verdadeira vanguarda, permanece actual. A sua complexidade e jogo de espelhos meta-teatral e o modo como subverte e condensa as regras teatrais e poéticas, permanece um fascinante desafio para qualquer criador contemporâneo.


Direcção Artística Francisco Alves | Interpretação Andrea Moisés,
Margarida Bento, Mónica Garnel, Cátia Esteves, Inês Cerqueira, Susana Otero | Movimento Joclécio Azevedo | Luz Mário Bessa | Som José Prata | Imagem Inês d’Orey | Design Tiago Morgado |Produção Teatro Plástico

Estreia 3 a 11 de Outubro 2009 | Teatro Helena Sá Costa - Rua da Escola Normal,39 Porto | Terça a Domingo 21.30h | Para maiores de 16 anos | Descontos para Estudantes, Jovens e Grupos +10 pessoas | Inf/Reservas 225 189 982/3 - 968 940 982

06/04/09

Projecto L/Lux - parte II integra-se no ciclo de trabalho sobre a iconografia e ícones contemporâneos e num percurso de pesquisa multidisciplinar sobre os espaços não-teatrais que o Teatro Plástico tem vindo a desenvolver e que se ocupa actualmente do conceito de novo nomadismo na era da globalização. Este projecto sobre a vertigem exibicionista da era da imagem apresenta uma instalação vídeo sobre a actriz Sophia Loren enquanto ícone e referência maior da mitologia e produção imagética da segunda metade do século XX.

Confrontando os princípios teatrais do efémero e transitório e tendo como referência clássica o mito de Narciso este projecto sobre a obsessão contemporânea com a imagem e o culto da celebridade apresenta a imagem da ”movie star” como metáfora para o esgotamento e a vertigem autofágica das sociedades de consumo contemporâneas e expõe o vazio e a natureza crescentemente superficial e narcisista do tempo presente.

Este “work-in-progress” a apresentar em diferentes etapas, horários e locais explora o confronto entre a singularidade e efemeridade do acto teatral e a natureza artificial e reprodutiva da imagem destacando o novo papel central que o hotel ocupa numa sociedade cada vez mais globalizada e em que os conceitos de residência, cidadania e identidade nacional estão em franca e rápida mutação.

Concepção: Francisco Alves | Montagem: Tiago Afonso | Design: Tiago Morgado | Imagem: Inês d’Orey | Produção: Teatro Plástico


Project L II is the second part of Teatro Plastico’s icons cycle, a video installation art work directed by Teatro Plástico's artistic director Francisco Alves and centred on Sophia Loren as a major XX century icon.

This work-in-progress in different parts is to be presented at different hotels around the world and questions the visual and exhibitionistic nature of contemporary society confronting the uniqueness of theatre as an ephemeral live art form with the artificial and repetitive quality of image and presents the movie star as a metaphor for contemporary consumer society.

Project L II is part of a global research work on the concepts of space and the new nomadic contemporary societies and highlights the new and centre role of the hotel in a moving and increasingly global culture were the concepts of home, residence and national and cultural identity are rapidly changing.


Direction: Francisco Alves | Editing: Tiago Afonso | Design: Tiago Morgado | Photography: Inês d’Orey | Production: Teatro Plástico
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Páginas